߲ݴý

Música, arte e valorização cultural marcam primeiro dia do Festival da Juventude

A partir de hoje, 25, a Cidade Universitária se torna o palco da primeira edição do Festival da Juventude (FestJuv), que segue até domingo, 28. A programação dos quatro dias do festival inclui diversas atividades gratuitas como shows, teatro, dança, oficinas e batalha de rima. No primeiro dia, o público acompanhou as atividades culturais realizadas no Teatro Glauce Rocha e na Praça da Juventude. Em destaque, a programação teve a palestra seguida de um pocket show do cantor Arnaldo Antunes. A programação completa está disponível na .

O reitor Marcelo Turine prestigiou a abertura do festival e enfatizou a importância da Universidade sediar um evento que promove a cultura. “O Festival da Juventude é um momento onde os jovens podem mergulhar na literatura, conhecer artistas e personalidades regionais e nacionais. Estou muito feliz da Universidade ser essa casa para acolher os jovens, a educação e a ciência. Espero que os jovens aproveitem esses quatro dias, que venham para a ߲ݴý para poder vivenciar tudo isso”, ressaltou.

A coordenadora do FestJuv, Andréa Freire, ressaltou que o evento é organizado para a população campo-grandense. “A nossa expectativa é muito positiva, são quase 250 pessoas trabalhando entre artistas, técnicos, acadêmicos, voluntários da ߲ݴý, numa comunhão, numa sintonia muito fina, para que esse momento possa ser compartilhado com a população. A gente fala que a nossa programação é para os jovens de todos os tempos, os de hoje e os de todos os tempos”.

Para o coordenador do Festival, Nilson Rodrigues, a parceria com a Universidade foi fundamental para a concretização do evento. “Se todas as universidades fizessem o que está sendo feito, nós ofereceríamos mais oportunidades para a juventude! A ߲ݴý abriu as suas portas, quisera outras universidades federais estivessem abrindo suas portas para eventos dessa natureza. Temos que mostrar que arte e cultura é fundamental”, afirmou. 

A abertura do evento teve ainda a participação da presidente da Associação Amigos do Cinema e da Cultura, Juliana de Oliveira Barbosa, que também reforçou o papel da ߲ݴý na concretização do Festival. “Foi muito importante contar com um espaço tão prestigioso como esse (…) Espero que esse seja o primeiro de muitos outros. Que todos entendam a relevância desse evento, se apropriem dele”, ressaltou. 

“Quero dizer que esse Festival é para a Juventude o motivo de oportunidades. Além de prestigiarem a cultura nesses próximos dias, que vocês possam almejar oportunidades”, afirmou o diretor adjunto da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, Carlos Alberto da Silva Versoza. 

Para a Secretária de Estado da Cidadania, Viviane Luiza da Silva, o Festival também representa a oportunidade de inclusão dos jovens no âmbito da cultura. “Um Festival para além de apresentar a arte, a cultura, compartilhar as políticas públicas. (…) Agradeço a cada um por estarem pensando e sendo instrumento de inclusão da juventude”, pontuou. 

Primeiro dia de evento

A professora do curso de Artes Visuais, Constança Lucas, estava em meio ao público que prestigiou o evento. Em especial, destacou a importância da iniciativa para valorização do trabalho artístico dos estudantes, que trouxeram a Feira Capivara, uma exposição de desenhos autorais, para o Festival. “Acho importante porque eles têm a oportunidade de trazer uma parte de imagem, um pensamento mais visual para dentro de um espaço como esse, que é de arte, de cultura, de literatura. Isso dá uma visibilidade muito grande para o trabalho deles, e, de certa forma, eles também contribuem para o evento ao ampliar o leque de opções culturais. Isso é bom para todo mundo”, avalia.   

Em um dos stands preparados para exibir a arte em suas diversas manifestações, a artesã Maria Auxiliadora Bezerra exibia brincos, pulseiras, maracás, bolsas e peças de decoração ligadas às etnias Guarani, Kadiwéu e Terena. Para a indígena, o Festival representa uma oportunidade de valorização das identidades culturais indígenas. “Tudo que eu trouxe é especial porque mostra a identidade e cultura desses povos indígenas. Estamos pela primeira vez participando do Festival da Juventude porque o intuito é mostrar que nós somos e temos beleza também para compartilhar. É feito pela gente com muito carinho, precisamos compartilhar porque a nossa cultura também é especial”, contou.

A cultura também foi representada no evento por meio do paladar. Entre as barracas de comida, estava a de Maria José Gomes Duarte, que trouxe a culinária baiana para o evento. Também conhecida como Zezé do Acarajé, a cozinheira ressalta a importância de ocupar espaços culturais. “Hoje eu trouxe o acarajé, o vatapá, o caruru, a salada e o camarão. A comida é uma forma de expressar a cultura africana, muito difundida pelas baianas do acarajé, que foram as primeiras mulheres empreendedoras do Brasil. Eu falo que tenho que estar sempre nos eventos culturais para divulgar a nossa origem, para apresentar uma cultura que muitos jovens não conhecem”. 

A primeira apresentação musical do evento foi realizada pela Orquestra Indígena, que tocou músicas tradicionais do Estado. O grupo é composto por jovens músicos da aldeia urbana Darcy Ribeiro e, entre eles estava o violinista Thiago Francisco Pereira, de 17 anos. O jovem músico conta que começou a tocar aos 10 anos por influência do pai, que também é músico. “Para mim é gratificante fazer parte desse grupo. Temos que valorizar nossa cultura para ela não se perder, valorizando o idioma, a dança, a música”. O violinista conta que, entre seus planos, está ingressar na ߲ݴý para cursar Música. “A música é algo único e especial para mim. Esse ano espero passar, estou fazendo o Programa de Avaliação Seriada Seletiva (Passe) ߲ݴý e quero realizar esse sonho”. 

O regente da orquestra, Eduardo Martinelli, ressalta a importância de acompanhar o grupo na primeira edição do FestJuv. “Ver essa meninada da Orquestra Indígena se apresentando nesse festival dá um orgulho imenso, uma alegria enorme. A gente se sente completamente realizado de poder participar de um evento que está acontecendo pela primeira vez, mas que eu tenho certeza que a partir de agora vai acontecer no mínimo todos os anos”, completa.

 

Texto: Alíria Aristides 

Fotos: Álvaro Herculano e Alíria Aristides